quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mensagem ao futuros técnicos agropecuários da EFADE IV proferida na aula da saudade


Hoje eu ministro a minha primeira aula da saudade. Em uma turma meio misturada, alguns de outras turmas que se perderam no meio do caminho por algum motivo que não vem em questão e estava com a formatura atrasada, e outros que ao contrário são a turma original, não menosprezando os que tinha ficado no caminho.

Futuros formandos...
Vocês estão vivendo um grande momento de mudança, da tranqüilidade da vida de estudante tipo assim com certeza para a vida profissional, onde as gírias e a despreocupação típicas da vida estudantil vão ter que dar lugar a uma postura profissional, compatível com os novos tempos que se iniciam.

A partir de agora cada um trilhará seu caminho. Entre nós ficará a lembrança de nossos encontros e desencontros. Chegamos ao final com a consciência do dever cumprido. Fica a certeza de que cada um de nós contribuiu, mesmo que com erros, para o crescimento do outro.

Idéias, temperamentos gerando divergências sempre existirão, mas agora que o colega de sala tornou-se um companheiro presente em nossas vidas, o momento é para amigos. Oferecemos à nossa amizade àqueles que nos quiseram bem, o nosso perdão àqueles que por motivos alheios à nossa vontade, não nos compreenderam nem se fizeram compreender. E os que por algum motivo deixaram-nos numa saudade antecipada, ficarão gravados num retrato sempre presente na memória.
          
Hoje inicia-se o processo de separação, mas nem mesmo a despedida acompanhada da possível distância conseguirá apagar de vocês (nós)  a lembrança dos momentos que passamos juntos nestes anos. Ficará as recordações das brincadeiras em sala de aula, dos risos, das reuniões no refeitório, das horas de estudo, nas tentativas da acessar o Orkut e o professor dizer não, entre outras que não me recordo.

Finalmente, lembrem-se de que a era do chinelo de dedo todo dia e toda hora, bermudas, boné, chiclete, celular no meio da aula, dormir no meio da aula (espero que não durmam no meio das reuniões, trabalho ou entre outros lugares impróprios…), e o falar prá pensar vão ter que dar lugar ao pensar prá falar, a uma preocupação muito maior com a linguagem, a formalidade, a forma de se vestir, enfim: o processo de mudança está apenas começando, e vai durar a vida toda. Lembrei-me de algo que ouvi ainda quando era estudante, que um professor sempre nós falava: a gente tem dois ouvidos e uma boca não é à toa não… é prá ouvir o dobro e falar a metade!   
Espero que todos, ao retornarem aos seus lares, lembrem-se com orgulho dos melhores e piores momentos, dos laços que cedo ou tarde se formaram e tenham sempre em mente que tudo valeu a pena. É um orgulho fazer parte desta história. A nossa música pode ter acabado, meus amigos, mas a melodia continua. Obrigado.Felicidades a todos e parabéns e sucesso.

JOSÉ LIMA

Nenhum comentário:

Postar um comentário