Essa operação
funciona com uma poda de formação e consiste na retirada das brotações laterais
inferiores da planta, próximas aos cotilédones ou desenvolvidas no porta-enxerto.
Efetua-se logo após o período chuvoso, no ano de instalação do pomar. As vantagens
dessa técnica são: menor desgaste da planta no período seco pela redução da
área foliar, equilíbrio entre o sistema radicular e a parte aérea, e redução dos custos
da poda nos anos subseqüentes.
Dada a sua precocidade, o cajueiro anão inicia a
emissão de panículas já na
fase de viveiro. Tais panículas devem ser removidas durante o primeiro ano após
o plantio, já que nesta fase constituem uma fonte de desvio de energia, que
deve estar direcionada para o seu crescimento vegetativo. Essa operação deve
ser feita com o emprego de uma tesoura de poda, tendo-se o cuidado de evitar
danos às plantas.
Podas - O correto uso dessa operação depende
de diversos fatores, como o hábito de crescimento do clone, o porte da planta, o sistema
de plantio empregado e a forma de colheita, de modo que um máximo de rendimento
econômico seja atingido com a menor interferência possível no comportamento da
planta.
Poda
de formação - Recomenda-se
realizar a poda de formação a partir do primeiro ano, eliminando-se, sempre que
possível, ramos emitidos próximo ao solo ou no porta-enxerto e aqueles com
crescimento lateral anormal. Isso possibilitará maior eficiência aos tratos
culturais e posterior colheita, e evitará graves problemas de entrelaçamento de
galhos e dificuldade de mecanização. Neste particular, deve-se manter a planta
em haste única, deixando a primeira ramificação próxima a 0,50 m da superfície
do solo.
Poda
de limpeza - Nos plantios
organizados, onde são utilizadas algumas das técnicas agronômicas conhecidas, a
poda mais freqüente é a de limpeza, efetuada normalmente após a safra com o
objetivo de eliminar os ramos secos, caídos e praguejados. Além desta,
efetua-se, já nas primeiras produções, uma poda para facilitar a colheita,
sendo que em alguns casos chega a ser, erroneamente, drástica, para permitir a
passagem de máquinas.
Sendo a
frutificação do cajueiro periférica, predominantemente nos 2/3 inferiores da
planta, deve-se evitar a eliminação excessiva destes ramos. Quanto mais
drástica for a poda, maior será a perda de produção do cajueiro em razão da
diminuição do número de ramos produtivos da planta. Além do mais, a poda
exagerada diminui o sombreamento da área sob a copa, aumentando o potencial de
crescimento das plantas daninhas e encarecendo, conseqüentemente, o custo de
manutenção.
Poda de manutenção - Tem por objetivo a preservação da
copa com maior número possível de ramos produtivos e em condições favoráveis
para a colheita, além dos tratos culturais. Para tanto, devem ser eliminados,
em quaisquer circunstâncias, os ramos ladrões e aqueles que crescem para baixo,
encostando, por vezes, na superfície, dificultando o coroamento. Também devem
ser podados os ramos de crescimento, os quais se caracterizam por um
crescimento intermitente, sem a emissão de panículas. Esses ramos são os
responsáveis por alterações na forma natural de guarda-chuva da copa do
cajueiro, dando-lhe um aspecto esgalhado.
Consorciação
- O
consórcio pode ser realizado até o terceiro ano após o plantio, pois a partir
daí as plantas já estão muito crescidas e a faixa de solo livre nas entrelinhas
torna-se bastante estreita. Deve-se optar por culturas de ciclo curto como o
feijão, mandioca, soja, sorgo granífero e amendoim, embora outras possam ser
usadas, dependendo das condições de clima, solo e mercado. O plantio dessas
culturas deve ser efetuado a 1,0 m de distância das linhas do cajueiro.
Outra atividade que
poderá ser explorada com o cajueiro é a criação de abelhas, que, além da renda
adicional gerada pela produção de mel, poderá trazer benefícios na floração,
melhorando a polinização, com conseqüente aumento na produção do cajueiro.