domingo, 8 de julho de 2012

Especial Caju 04 - Tratos Culturais


Desbrota
Essa operação funciona com uma poda de formação e consiste na retirada das brotações laterais inferiores da planta, próximas aos cotilédones ou desenvolvidas no porta-enxerto. Efetua-se logo após o período chuvoso, no ano de instalação do pomar. As vantagens dessa técnica são: menor desgaste da planta no período seco pela redução da área foliar, equilíbrio entre o sistema radicular e a parte aérea, e redução dos custos da poda nos anos subseqüentes.
Dada a sua precocidade, o cajueiro anão inicia a emissão de panículas já na fase de viveiro. Tais panículas devem ser removidas durante o primeiro ano após o plantio, já que nesta fase constituem uma fonte de desvio de energia, que deve estar direcionada para o seu crescimento vegetativo. Essa operação deve ser feita com o emprego de uma tesoura de poda, tendo-se o cuidado de evitar danos às plantas.

Podas - O correto uso dessa operação depende de diversos fatores, como o hábito de crescimento do clone, o porte da planta, o sistema de plantio empregado e a forma de colheita, de modo que um máximo de rendimento econômico seja atingido com a menor interferência possível no comportamento da planta.
Poda de formação - Recomenda-se realizar a poda de formação a partir do primeiro ano, eliminando-se, sempre que possível, ramos emitidos próximo ao solo ou no porta-enxerto e aqueles com crescimento lateral anormal. Isso possibilitará maior eficiência aos tratos culturais e posterior colheita, e evitará graves problemas de entrelaçamento de galhos e dificuldade de mecanização. Neste particular, deve-se manter a planta em haste única, deixando a primeira ramificação próxima a 0,50 m da superfície do solo.
Poda de limpeza - Nos plantios organizados, onde são utilizadas algumas das técnicas agronômicas conhecidas, a poda mais freqüente é a de limpeza, efetuada normalmente após a safra com o objetivo de eliminar os ramos secos, caídos e praguejados. Além desta, efetua-se, já nas primeiras produções, uma poda para facilitar a colheita, sendo que em alguns casos chega a ser, erroneamente, drástica, para permitir a passagem de máquinas.
Sendo a frutificação do cajueiro periférica, predominantemente nos 2/3 inferiores da planta, deve-se evitar a eliminação excessiva destes ramos. Quanto mais drástica for a poda, maior será a perda de produção do cajueiro em razão da diminuição do número de ramos produtivos da planta. Além do mais, a poda exagerada diminui o sombreamento da área sob a copa, aumentando o potencial de crescimento das plantas daninhas e encarecendo, conseqüentemente, o custo de manutenção.
Poda de manutenção - Tem por objetivo a preservação da copa com maior número possível de ramos produtivos e em condições favoráveis para a colheita, além dos tratos culturais. Para tanto, devem ser eliminados, em quaisquer circunstâncias, os ramos ladrões e aqueles que crescem para baixo, encostando, por vezes, na superfície, dificultando o coroamento. Também devem ser podados os ramos de crescimento, os quais se caracterizam por um crescimento intermitente, sem a emissão de panículas. Esses ramos são os responsáveis por alterações na forma natural de guarda-chuva da copa do cajueiro, dando-lhe um aspecto esgalhado.
Consorciação - O consórcio pode ser realizado até o terceiro ano após o plantio, pois a partir daí as plantas já estão muito crescidas e a faixa de solo livre nas entrelinhas torna-se bastante estreita. Deve-se optar por culturas de ciclo curto como o feijão, mandioca, soja, sorgo granífero e amendoim, embora outras possam ser usadas, dependendo das condições de clima, solo e mercado. O plantio dessas culturas deve ser efetuado a 1,0 m de distância das linhas do cajueiro.
Outra atividade que poderá ser explorada com o cajueiro é a criação de abelhas, que, além da renda adicional gerada pela produção de mel, poderá trazer benefícios na floração, melhorando a polinização, com conseqüente aumento na produção do cajueiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário