Apesar de quase não apresentar sintomas clínicos essa enfermidade causa prejuízos econômicos enormes com queda da produtividade. As perdas na produção, traduzidas em menos quilos de carne e em menos litros de leite, ficam mais evidentes quando há um controle maior na propriedade. Com o acompanhamento do ganho e rendimento desses animais no decorrer de sua vida, observamos nos que tem verminose a ação espoliativa dos parasitos no trato gastrointestinal promovendo uma redução no aproveitamento dos alimentos.
O animal jovem é a categoria mais prejudicada com a verminose pelo atraso que ocorre no desenvolvimento causando mais tarde queda no seu desempenho.
A relação de parasitismo existe quando um organismo se aproveita do outro para suprir suas necessidades. O parasita poderia prejudicar o hospedeiro a ponto de matá-lo se não houvesse controle. Isso acabaria com a relação de parasitismo, então o parasita prefere que o hospedeiro sobreviva tendo apenas sua eficiência diminuída.
Parasitos são normalmente hospedeiros específicos, e o bovino serve como hospedeiro para várias espécies de parasitos. A maior ameaça a saúde e performance dos bovinos é provocada pelos nematóides, especialmente aqueles que parasitam o tubo gastrointestinal ( Ostertagia, Haemonchus, Bunostomun, Oesophagostomun ).
A maioria dos parasitos internos dos bovinos estão no abomaso ou intestino delgado e possuem um ciclo de vida simples, direto e rápido.
No interior do tubo digestivo ou nos pulmões vivem os vermes adultos: machos e fêmeas produzem milhares de ovos que são lançados no meio ambiente. Os ovos se desenvolvem e chegam a larvas infectantes com maior ou menor velocidade de acordo com as condições climáticas do momento, ficando disponíveis na pastagem.
Os bovinos ao se alimentarem ingerem essas larvas infectantes que penetram na mucosa do tubo digestivo, ali elas irão se desenvolver dando continuidade ao ciclo ou migrar para outro local dependendo da espécie do parasito.
O revestimento estomacal e intestinal, ou mucosa, torna-se irritado e inflamado pela migração das larvas. Por essa razão, os bovinos não conseguem aproveitar direito os nutrientes dos alimentos ingeridos, pois ocorre um decréscimo na capacidade digestiva e absorvente da superfície da mucosa. A Ostertagia é um dos parasitos internos mais comuns dos bovinos, causando severos sintomas e grandes perdas na produtividade.
No outono e na primavera o ciclo de vida desses parasitos gastrointestinais é mais rápido, levando aproximadamente uma semana para os ovos chegarem ao estágio de larva infectante (L³). Diferente do inverno e do período seco, que é desfavorável, demorando de 6-8 semanas, no pasto, para se tornar infectante.
As larvas na matéria fecal podem sobreviver por mais de 18 meses e no pasto em torno de 06 meses. Essa informação é importante para fazer um controle parasitário eficiente com efeito imediato visando também atingir o próximo ciclo.
Existem alguns fatores que favorecem o desenvolvimento e a sobrevivência das larvas nas pastagens:
· Do ambiente: umidade, chuva, tempo nublado e fresco.
· Dos pastos: escassos, curtos, muito pastoreado (alta carga parasitária), pobres e aguacentos.
· Do solo: compactos, mal drenados e baixos.
· Dos animais: os jovens são mais susceptíveis e os animais debilitados por stress, doenças ou por má nutrição.
Para se ter um tratamento efetivo é preciso controlar os helmintos nos animais e controlar o número de formas de vida livre na pastagem.
Precisa ser direcionado para controlar o estágio de vida livre dos parasitos internos dos bovinos.
Pastagem “limpa” é o termo usado para designar pastagens com pouca ou nenhuma forma de vida livre. Como exemplo temos os campos não pastoreados por um longo período ou pastos usados para culturas de grãos.
Como o nosso sistema de pastoreio é contínuo o controle é mais complexo. Devemos procura combater os fatores que favorecem o aumento e a sobrevivência das formas livres no pasto.
O controle deve ser sobre todos os estágios do ciclo dos vermes que ocorram no interior do organismo animal. Os bovinos adultos têm mais resistência que os jovens, mas vermifugando os animais mais velhos mantemos a contaminação do pasto mais controlada. O controle estratégico é o mais recomendado e deve ser feito de acordo com as características de cada região.
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