No programa Pequenas
Empresas & Grandes Negócios deste domingo (29/01) foi mostrado matéria
sobre a produção de cajuína orgânica no Piauí. A cajuína, a bebida mais popular
do Piauí, ganha agora uma nova versão. O suco bem leve de cajú, com muitos nutrientes,
começa agora a fazer sucesso no resto do país.
VEJA MATÉRIA NA ÍNTEGRA
A bebida não é um refrigerante. Ela não tem gás. É um suco de caju mais
leve, porque é feita sem o tanino: é o tanino que deixa aquela sensação de
“garganta travada”.
No Piauí, a população
comemora a safra do caju. A castanha é vendida para o mundo inteiro e o fruto é
usado para produzir a bebida mais popular da região - a cajuína - 400 fábricas
fazem 4 milhões de garrafas por ano.
Só uma produz cajuína
orgânica. É a empresa do engenheiro agrônomo Josenilto Lacerda Vasconcelos. “A
cajuína tem um índice de aprovação de mais de 80% para quem prova pela primeira
vez. E pelas qualidades nutricionais. Nós estamos caminhando para uma época de
valorização dos alimentos funcionais. E a cajuína é um alimento que se enquadra
perfeitamente dentro desse conceito”, avalia o empresário.
O Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) atende a 70 empresas rurais.
Elas foram capacitadas em gestão e qualidade.
“O Sebrae está
buscando dar esse apoio através de consultorias, cursos, treinamentos,
organização dos produtores, onde principalmente buscamos trabalhar a questão de
fortalecer as cooperativas, a união dos produtores, para que eles possam ter um
ganho maior através da redução de custos e de acesso a mercado”, disse Élcio de
Lima Nunes, do Sebrae de Parnaíba.
A fábrica de bebidas
participa do projeto de fruticultura do Piauí. “O Sebrae incentiva a
certificação, incentiva produtos nobres como no caso da cajuína, (...) que tem
a cara do Piauí. E dentro desse trabalho nós também trabalhamos a questão da
indicação geográfica, para todo o Piauí, que esse vai ser o grande diferencial
da nossa cajuína em todo Piauí”, diz o especialista.
Para conquistar os
consumidores, o empresário foi atrás da fórmula perfeita. Ele fez vários testes
- e alcançou o melhor sabor com a mistura de três espécies de caju. “Ela dá um
sabor específico. Um sabor bem característico da nossa cajuína em relação à
cajuína de outras regiões”, diz o empresário Vasconcelos. “Fica um sabor mais
leve, na verdade. Um sabor mais delicado. Essa é a diferença da nossa cajuína
em relação a outras marcas.”
Preparar essa mistura
dá algum trabalho. As frutas são colocadas em um tanque. Uma solução de água
clorada elimina fungos e bactérias. Na linha de produção, o caju é triturado e
filtrado. Depois, é só encher as garrafas.
Em um tacho, a
cajuína chega ainda transparente. A temperatura da água é de cem graus. O calor
carameliza a frutose - que é o açúcar da fruta. Depois de 150 minutos, a bebida
fica amarela. E está pronta para o consumo. O processo inteiro de produção leva
apenas seis horas. Isso garante uma cajuína com alto teor de vitamina C.
“A cajuína tem cinco
vezes mais vitamina C do que um suco de laranja, por exemplo. Um copo de
cajuína supre a necessidade diária de vitamina C de um adulto em duas vezes e
meia, além de cálcio, fósforo, ferro e outros nutrientes que existem em
quantidade menor”, diz o empresário.
As qualidades agregam
valor ao produto. E, com a certificação orgânica, subsidiada pelo Sebrae, o
preço da cajuína aumenta 20%. “A partir do momento em que você se propõe a
certificar um produto, você está buscando a qualidade, você está mostrando
realmente que tem que atender a padrões. E esses padrões vão levar à qualidade
que o público hoje está exigindo, que o mercado está exigindo”, afirma Nunes,
do Sebrae.
A fábrica produz 40
mil litros da bebida por ano. O Sebrae leva a cajuína para feiras no Brasil e
até no exterior, mas a maior parte da comercialização ainda é feita no Piauí,
em 2.500 pontos de venda. Nas praias, só dá ela – a cajuína.
“Sempre que eu saio,
eu peço sempre uma cajuína para acompanhar uma refeição, numa praia, to sempre
tomando”, diz Reginaldo Trindade, consumidor.
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